Nikão: “Eu tava bem no Vitória, feliz”

Nikão EC BAHIAEle foi um dos destaques do Campeonato Baiano ao marcar nove gols pelo Vitória. Um desentendimento entre o rubro-negro e o Atlético Mineiro, clube dono do seu direito federativo, fez Nikão, 19 anos, pintar no Bahia. Com cinco meses de Fazendão e apenas dois jogos, o jogador resolveu desabafar num papo com o CORREIO. Confira.

Por que você não engrenou no Bahia?

Todos estão vendo o quanto eu trabalho. Desde que eu cheguei aqui não passei mais de dois dias no departamento médico. Sempre tô treinando e arcando com minhas responsabilidades. Não sei se o Bahia tem alguma mágoa ou alguma coisa em relação a mim.

Você acha que pagou o pato por causa da rixa entre Vitória e Atlético Mineiro?

Foi uma confusão muito rápida. Eles queriam algum jogador do Vitória. Optaram pela minha saída. As informações que eu tive é de que seria aproveitado no Bahia. Isso não aconteceu. Até hoje eu não tive uma oportunidade de entrar jogando. Acho que o jogador merece uma oportunidade. Se ele não for bem, você pode criticar e tirar. Mas a partir do momento que o treinador não dá oportunidade do jogador mostrar seu potencial, fica difícil. No treinamento não dá pra mostrar a mesma coisa que acontece no jogo. Quando eu tiver oportunidade, tenho certeza que do time eu não saio mais.

Como é sempre treinar e não jogar?

Eu fico chateado, né? Nenhum jogador gosta de ficar fora, mas eu respeito a opção do treinador. Acho que ele (Joel) é bastante experiente e sabe o que está fazendo… A gente fica chateado, decepcionado com algumas coisas. Foi bom acontecer isso agora para eu aprender, pois tenho só 19 anos.

Você se arrepende de ter assinado com o Bahia?

Vamos dizer que eu estou arrependido, mas não por causa do Bahia, que é um clube grande. Fico triste por causa da falta de oportunidade. Todos os jogadores receberam uma chance de começar jogando, menos eu. Acho que eles devem ter algum receio de terem bastante jogadores de nome e de me colocar pra jogar. Posso me sobressair, render e eles terem que tirar um jogador de nome para me colocar.

Existe favorecimento aos medalhões?

Acho que sim. Dão a preferência a quem tem mais nome ou é mais rodado. Vocês estão vendo no dia a dia que eu me esforço ao máximo, corro, fico cansado, chateado, nervoso. Mas estou trabalhando e sei que minha hora vai chegar, no Bahia ou em outro clube.

Acha que o Bahia te contratou só por causa da rivalidade com o Vitória?

Não sei te responder, cara. Eu tava bem no Vitória, feliz. Joguei no primeiro jogo da Série B contra o Vila Nova. O ambiente era bom, comissão técnica, diretoria. Vocês viram a minha alegria dentro de campo, sempre sorrindo.

Ainda tem esperança de jogar aqui?

Vou ser bastante sincero. Eu tô trabalhando e se tiver uma chance vou fazer o melhor. Não vou fazer corpo mole e espero contribuir. Se eu não for aproveitado, sairei de cabeça erguida.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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