É finalizado os jogos de ida do Campeonato Brasileiro da primeira divisão e a situação do Esporte Clube Bahia não está nada confortável. Sua torcida, que talvez por uma necessidade de alegrias tendo em vista os 10 anos sem muito o que comemorar, acaba transformando contratações duvidosas em espetacular, e qualquer apresentação razoável em euforia profunda, mas está na hora de colocar os pés no chão.
Apesar de não estar nas 4 últimas posições da tábua de classificação, o desempenho do clube nessa primeira metade da competição é digno de preocupação, sendo inclusive pior que nos dois anos em que o clube experimentou o dissabor do rebaixamento (Na 19ª rodada em 1997 o Bahia somava 25 pontos, e em 2003, quando finalizou na lanterna do torneio, o tricolor possuía 23 pontos).
Esse fenômeno que eu costumo chamar de “demanda reprimida”, que faz a imensa torcida tricolor se mobilizar com qualquer possibilidade de alegria, mesmo que seja de certa forma ilusória, acaba prejudicando o clube já que não há uma cobrança mais efetiva por parte de seus torcedores para que melhores contratações sejam feitas.
O próximo jogo que seria teoricamente o mais fácil da competição pode ter contornos de desespero caso a vitória, que mais do que nunca virou obrigação, não venha. E mesmos que os 3 pontos sejam conquistados, a experiência dos outros anos mostra que o torcedor tricolor precisa ficar mais atento, cobrando com mais veemência, caso contrário o pesadelo de um retorno imediato para as divisões inferiores do campeonato Brasileiro vai cada vez mais assombrar suas noites.
Victor Hugo