Pobre Futebol Baiano

Pobre Futebol Baiano, que tem seus torcedores cultivando as alegrias com a desgraça do rival, e não com as conquistas de seus clubes.

Pobre Futebol Baiano, que vê no interior grande parte de sua população ser manipulada pela grande mídia, aceitando, incentivando e cultivando as conquistas de outros povos;

Pobre Futebol Baiano, que tem sua crônica esportiva comprometida com a desestabilização dos clubes, muitas vezes com interesses comerciais ou administrativos;

Pobre Futebol Baiano, que tem na frente de sua instituição máxima, a federação, dirigentes que buscam a perpetuação a todo o custo, dificultando, se preciso, que novos e promissores horizontes sejam traçados, como o campeonato regional;

Pobre Futebol Baiano, que tem os dirigentes de seus clubes com excesso de amor, mas falta de profissionalismo e planejamento;

Pobre Futebol Baiano, que tem seus jogadores uma mescla de atletas de aluguel, que se derem bons frutos viram as costas para colher a valorização para terceiros, e jogadores come e dorme que não tem o comprometimento esperado;

Pobre Futebol Baiano, que fica mendigando esmolas de patrocinadores, que muitas vezes preferem pagar 10 vezes mais para os clubes do sul / sudeste;

Pobre Futebol Baiano, que fica em segundo plano nas negociações de direitos televisivos, sem nenhum poder de reivindicação, tendo que aceitar o que é oferecido, competindo com os demais que tem orçamentos até 5 vezes maior;

Pobre Futebol Baiano, que é desprezado pela imprensa nacional, sendo mais lembrado em função de uma chacota do que pelos seus feitos;

Pobre Futebol Baiano, que não pode fazer nada com os freqüentes “enganos” dos juízes, que invariavelmente favorece os “grandes” clubes do país;

Pobre Futebol Baiano, que está se acostumando como coadjuvante esportivo, tendo que lutar em um ano para subir, e se por um acaso tiver sucesso, no outro para não cair;

O Futebol Baiano de fato é pobre, como nossa região é, e muitas são as dificuldades que temos que enfrentar em busca de um pouco de alegria com a paixão que sentimos por nossos clubes. Mas o baiano, como todo nordestino, é antes de tudo um forte, e não vai deixar de enfrentar essa luta para enriquecer nosso futebol.

Mas quando vamos conseguir algum êxito?, quando vamos ser respeitados?, quando vamos conseguir efetivamente mudar? Talvez um bom início seria começar por nós mesmos. Esse é um grande desafio!

Victor Hugo

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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