Até quando os clubes nordestinos vão se curvar as federações e aguardar a boa sorte do destino? Até quando vamos deixar para segundo plano o reaparecimento do Campeonato do Nordeste forte e estruturado? A falta de obstinação dos clubes da região e a falta de determinação para buscar tal solução preocupam muito.
Quem se aproveita com isso são as federações, que vêem o tempo como aliado, e quando alguém toca no assunto, as críticas e os obstáculos são lançados aos montes. Federações essas que só olham para o próprio umbigo, fazendo um desfavor aos seus afiliados que não vêem uma luz no fim do túnel, tendo que competir em gritante desigualdade com os clubes dos centros economicamente mais forte. E os reflexos não demoram de surgir.
De certo que estamos ainda no início do Campeonato Brasileiro, mas é visível desde já o destaque dos clubes paulistas, que não por acaso têm a melhor preparação com o forte campeonato estadual no primeiro semestre. Quantas vezes não assistimos jogadores medianos desprezarem grandes clubes do nordeste em detrimento a médios e até pequenos clubes paulistas, que a despeito de disputar divisões inferiores (até a quarta divisão do estadual), preferem estar no mercado que é vitrine?
Três dos quatro melhores colocados da série B são de São Paulo (Ponte Preta, Portuguesa e Americano), bem como na série A os 3 primeiros são paulistas (São Paulo, Palmeiras e Corinthians), estando o outro representante distante do topo da tabela certamente por estar disputando e focado na final da Libertadores da América.
Todos nós, orgulhosos nordestinos, sonhamos em ter em 2012 pelo menos 4 representantes na elite (manter os 2 atuais e classificar pelo menos mais 2), mas a possibilidade de não termos nenhum existe e não é nada remota, infelizmente. Ter 7 ou 8 paulistas entre os 20 melhores clubes é um risco e uma vergonha para nosso futebol, mas é preciso ter atitude e mostrar que quer ver as coisas mudando. E a implementação do campeonato do nordeste forte parece ser a única solução. É questão de sobrevivência mesmo.
Victor Hugo