Os vacilos do blogueiro Flamenguista

Naturalmente, o jogo Bahia 3 x 3 Flamengo realizado no último domingo, foi o mais atrativo da 2ª rodada, especialmente por envolver o Clube Resgata do Flamengo e, também, em menor escala, pela reestréia do Bahia na Série A, jogando em seu estádio, junto da sua torcida, depois de longos anos de ausência. Depois do jogo muito foi dito, entretanto, me chamou especial atenção, o artigo publicado no site GLOBO, que carrega no nome os “ Vacilos, Otarices & Orebagens”, assinado pelo blogueiro Arthur Muhlenberg, o torcedor oficial do time vermelho e preto, na página o site carioca. Sobre o texto, gostaria de fazer algumas considerações que reputo como importantes.

O blogueiro já começou mal com uma tal de “cemporcentualidade”.

O texto tem cheiro de preconceituoso, tem cara de preconceituoso, é preconceituoso? Para alguns o que se deu foi uma incapacidade coletiva em interpretar um texto.
É fato que existe um estereótipo que na Bahia só pode existir sucesso com a ajuda da macumba.

Também existe o estereótipo de que o Nordestino é viciado em cachaça (será que posso interpretar nas entrelinhas das referências à Pituaçu?).

O autor afirmar que a maior torcida da Bahia é a do Flamengo, qual a base estatística? Talvez não precise de bases estatísticas, pode-se utilizar outras bases para tal afirmativa…

Um dos leitores que lamentavelmente disse ser nordestino ainda foi infeliz ao escolher o termo “denegrir” ao tentar defender o autor.

Resumindo o texto, lendo as entrelinhas, o que o autor postou não poderia ser interpretado da forma seguinte? O Flamengo não poderia vir para África do Brasil e perder. Só pode ter sido macumba! Mesmo acreditando o autor que a maioria dos habitantes macumbeiros deste estado são flamenguista (o que contrariaria até mesmo a boa e velha lógica).

Os times se reuniram em um estádio lotado cujo nome faz uma sugestiva referência a uma certa marca de cachaça (será que podemos ler nas entrelinhas que o autor faz a referência para ressaltar que os macumbeiros são mesmos bem chegados em uma branquinha? A ligação das imagens de Nordestino e cachaceiro é nova para alguém? Não sei, o fato é que não preciso de um grande esforço de memória para recordar do humorista Tom Cavalcanti e do seu personagem mais famoso). Mas como ficou nas entrelinhas não podemos afirmar que o autor lançou mão de tal ligação, fica “a critério do cliente” a interpretação, mas o autor deveria ao menos ser cuidadoso quando cria um texto que dá margem a tal interpretação dúbia, ou não?

Neste samba do flamenguista doido, o autor segue o texto fazendo uma listagem das várias deficiências do seu time (elas não seriam suficientes para justificar a perda da sua “cemporcentualidade”?) Isto também não faz muito sentido para mim que não sei interpretar textos.

Não falarei sobre a ausência de qualquer referência às generosas contribuições do árbitro ao time carioca. Mas será que as falhas do seu time e a existência de um jogador da qualidade de Jóbson, que não apenas foi o melhor jogador em campo, como foi o melhor da rodada, além de um time guerreiro que lutou contra um time teoricamente mais forte e uma arbitragem que deveria ser neutra (algo corriqueiro na história da África) e que teve COMPETÊNCIA para explorar as FALHAS do seu time, não seriam suficientes para explicar o empate?

O Flamengo veio à África do Brasil e a maior parte do tempo esteve em desvantagem no placar. Nós Africanos, brancos ou pretos, temos orgulho das nossas raízes, além de termos bons profissionais capazes de vencer sem precisar da ajuda de árbitros de má qualidade ou de macumba para superar o Flamengo e as suas estrelas de papel. E não será um texto como este que nos apequenará para caber em estereótipos tacanhos.

Lamentável são os nordestinos que dão dinheiro para a Globo e torcem para um time de fora dos seus estados.

Ramon Santos ( Colaborador do BLOG)

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