Arnaldo Lira levou o Bahia de Feira para a final

Aqui no Brasil, treinador não costuma levar muito tempo no mesmo endereço. Um único vacilo pode ser o suficiente pra ele fazer as malas. Durante o estadual, o Bahia da capital e quase todos os representantes do interior mudaram de técnico ao menos uma vez: Feirense, Colo Colo, Serrano, Vitória da Conquista, Juazeiro, Atlético, Camaçari, Ipitanga e Fluminense.

O “quase” é por conta do Bahia de Feira, única exceção. O clube manteve o técnico Arnaldo Lira durante todo o campeonato e ele conduziu o time à final das 16h de hoje, contra o Vitória, feito inédito na história da equipe. De quebra, garantiu vaga na Série D do Brasileiro deste ano e na Copa do Brasil de 2012.

Lira também apostou no projeto. Em Janeiro, recusou proposta do cearense Icasa. De brinde, ganhou um carro novinho das mãos do presidente do Conselho Deliberativo, Jodílton Souza. “É um carro popular, mas é zero quilômetro”, conta Arnaldo Lira.

O possante não foi a única coisa que pesou na hora de decidir ficar. No Tremendão, Lira tem autonomia. “Preferi acreditar no projeto, porque sou eu que contrato, que olho, vejo a divisão de base, o treinador da base fui eu que trouxe, por exemplo”, pontua.

O diálogo com a diretoria é frequente. “As decisões são tomadas entre mim, Jodílton e Tiago Souza (presidente do clube e filho de Jodílton). Até pra vender jogador eles perguntam o que eu acho”.

Lira não apenas é consultado, como também recebe percentual da venda de jogadores. “Eles falaram que, enquanto eu estiver aqui, se houver alguma negociação, eu tenho participação. Eu tenho a minha qualidade. O Bahia de Feira chegou aqui porque eu cheguei. Eu também não sou bobo de achar que se fosse outro treinador estaria assim. Não estaria, então tenho um peso grande no projeto”, gaba-se.

Escalação

O pulso firme e o temperamento forte levaram Lira a pegar seis jogos de suspensão no estadual – ele volta a ficar à beira do campo hoje -, mas também fizeram que ele conquistasse o respeito do elenco. “Ele é um ótimo líder, só escolhe jogador que tem compromisso. E se não andar na linha…”, diz o atacante João Neto.

O entrosamento é um dos pontos fortes do Bahia de Feira e é consequência da manutenção da base que disputou o estadual anterior, também comandada por Lira. Sete dos atuais 20 jogadores estavam no clube no ano passado.

E, desses 20, os 11 que iniciam a missão de buscar o título inédito são Jair, Léo, Paulo Paraíba, Alex Alagoano e Edson; Lau, Rogério, Francisco Júnior e Diones; Carlinhos e João Neto. O atacante Diego pode aparecer no lugar de Francisco Júnior. Assim, o Bahia de Feira jogaria no 4-3-3. Informações do Coreio.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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