O paradoxo Bahia e o jogo de pôquer

Paradoxo é uma coisa que faz sentido mas também não faz, uma contradição da contradição. O paradoxo estabelece a condição para pensarmos no absurdo. Hoje, o absurdo se chama E.C.Bahia, time recém-promovido a série “A”, pelo menos teoricamente. Pois, no ínicio do campeonato baiano, o Bahia aponta como se estivesse na prática rebaixado neste torneio com um aproveitamento de aproximadamente 30% em 7 jogos, aproveitamento pífio para quem era cogitado como favorito.

O campeonato baiano pelas circustâncias que envolvem o tricolor pela sua tradição, torcida e hoje único representante do futebol baiano na elite do futebol, tornam ainda mais difícil entender como podem ser sórdidas as escolhas de um apostador. Foram 4 derrotas no Baianão e 13 gols sofridos, o time com o maior número de gols sofridos. Aposta errada em jogadores acostumados a blefar. Assim, podemos definir esse time do Bahia: um blefe.

O Bahia é como a situação de um jogador de pôquer que quase fecha a mesa num momento de sorte. Contudo, na rodada seguinte, superestimando sua sorte resolve apostar no imponderável toda a sua fortuna. Rodada após rodada vai então se confirmando que o dirigente apostador só tem compromisso com seu vício. Seu vício escancara na nossa imagem de outroura clube popular, hoje um clube para apostadores manterem sua rotina de apostas. Clube de apostas nas mãos de uma pequena facção que nele se apega como se dona fosse. Clube que não soube chamar seu torcedor para se associar porque prefere as toscas razões do perfil familar de gerir uma empresa.

Hoje, o Bahia mostrou em Camaçari, para os seus apaixonados torcedores, o que chamam de blefe. Seus dirigentes importunados por cobranças de prêmios não pagos resolveram se desfazer de seus “ases” e “reis”, apostando no inusitado prazer de ganhar um campeonato com “cartas” fracas. O problema é que os adversários do Bahia, com melhores cartas que o tricolor, resolveram ignorar que o Bahia era favorito. Os outros times a cada rodada fazem do arqueiro tricolor, segundo suas palavras, um goleiro “injustiçado”. Injustiçada é a nação tricolor que quer acreditar no time com um goleiro “injustiçado”.

O favoritismo do Bahia era o que podemos dizer de aposta bem sucedida. O seu resultado quando temos o jogo jogado é que não passamos de um quadrangular da morte para resolver a situação do time nesse campeonato. O inferno, portanto, é muito mais próximo do paraíso para os apostadores; podem ir ao inferno com a velocidade da luz de um campeoanto em que o tricolor mandava na banca.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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