“Zé regrinha” – O Estatuto ideal da dupla BaxVi

Estive pensando nas minhas neuroses e a infalível condição de explodir com as condições que as mantém: a liberdade.

Dialeticamente como gostaria que minha mãe dissesse que não me criou “feito um bicho” quando queria reforçar meus comportamentos menos sublimes. Adoraria que ela dissesse: “aja como um bicho”.

Pois é, a sociedade tira da gente a liberdade, só depois que crescemos e “virando gente” que nos apropriamos dela outra vez. Se continuarmos firmes com a repressão introjetada, la nele, ou ficamos neuróticos ou exploramos a liberdade com uma nova estrutura vital de amor à liberdade.

Fiquei meditando: abriríamos mão do sucesso do Bahia e Vitória em suas sagas para a primeira divisão em troca de um discurso por um Estatuto porreta para inglês ver? Por sinal, o clube mais democrático do Brasil, o Flamengo, está abrindo um museu.

Certamente uma coisa não implica a anulação da outra. O que está em jogo no entanto é um avanço significativo no Bahia apesar de anos de estagnação.

Convivi aqui em Recife com amigos do Santa, principalmente com o pobre do meu vizinho, sobre o Estatuto do Santa e os planos para o torcedor que queria se associar mas que acabavam por esbarrar na inapetência de burocratas para gerir o futebol do Santa.

Hoje, avançando no tempo, passada a euforia do sistema burocratizado, situando-se no sistema gerencial, vimos como o Bahia com Angione, um homem do meio do futebol, conseguiu firmar o Bahia num horizonte mais pleno de sentido até para criar uma oposição agora de primeira divisão e não de quinta.

Cumpre agora firmar o Bahia numa escala maior de pensamentos e ações que um Estatuto jamais vai amarrar. O Estatuto do Bahia agora só pode vir para qualificar em ações pessoas qualificadas para aconselhar e dispor de um bem tão precioso como nosso clube.

O Flamengo colocou para fora seu ídolo Zico por conta de um chefe de torcida que presidia o conselho financeiro do clube. O Bahia não pode cair na demagogia de criar amarras com um Estatuto como o Estado brasileiro, que de inoperância atinge o grau de tormentosa escala 10 em turbulência.

O Estado gerencial exige grande versatilidade e rapidez de decisão. Imagine uma empresa a depender de licitação disso, aval de conselho tal, negócio com chefe de torcida da oposição e etc.? Imaginem dotar o Bahia como um animal enorme sem que seus olhos possam ver com profissionalismo?

Espero por isso que um novo Estatuto não esvazie a tomada de decisões das pessoas que vão gerenciar o clube, tentanto enquadrá-las em regras que a desabilitem de sua versatilidade. Quero um Estatuto que qualifique seus gerentes a partir de cursos gerenciais de dentro para fora, como o São Paulo, onde existe um curso de formação de gerentes esportivos.

É nesse horizonte com menos ideologia e mais clareza que quero meu Bahia. Quero acreditar que um plano de associação dê poder ao torcedor, mas que seu poder para agir como rebanho seja diminuído por um conselho firme a defender o clube de devaneios de visionários.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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