Bahia garante dobrar orçamento para 2011

A pouco mais de um mês do aniversário de 80 anos, o Bahia vive êxtase pela volta à elite do futebol brasileiro. A batalha para atingir o objetivo foi muito mais dura que o esperado, quando a queda em 2003 foi consumada com a maior goleada sofrida pelo clube em Brasileiros: 7 a 0 para o Cruzeiro. Mais um degrau foi descido, a vergonha desbotou as três cores e, como se não bastasse, a Fonte Nova ficou pelo caminho, demolida após tragédia. Mas, quando a festa cessar em Salvador, o torcedor vai se perguntar: o que esperar de 2011? O jovem presidente Marcelo Guimarães Filho deu um jeito na política tricolor e já garante gordos investimentos para o futuro.

Desde que assumiu, no começo de 2009, a gestão arrumou a parte financeira, reformulou o CT Fazendão, buscou parcerias com clubes e contratou profissionais de renome, como Renato Gaúcho para ser o técnico e o meia Morais para comandar o time em campo. Os resultados apareceram e ficou provado que era possível, e nem tão difícil assim, transformar a grandeza do Bahia em um combustível para a volta das glórias.

– Seguiremos em nossa preparação e crescimento, sabendo que isso tudo terá de ser redobrado. Com planejamento, acreditamos que será possível fazer um belo papel e voltar para ficar. A intenção é ganhar o Campeonato Baiano, quebrando essa hegemonia do Vitória e ter uma boa campanha na Copa do Brasil. No Brasileirão, não podemos entrar com a ilusão de que já vamos para o topo, queremos mostrar dignidade e, com o apoio de nossa torcida, viver bons momentos. Nossa diretoria entende que o extracampo faz a diferença e nos trouxe até aqui – disse o presidente.

Aos 34 anos, Guimarães tem mandato previsto até o fim de 2011, mas sua visão é muito mais extensa. De olho na repercussão da Copa do Mundo no Brasil, espera ter de volta a Fonte Nova e já um novo local para treinamentos, que partirá do zero em janeiro.

– Agradecemos muito ao governo por nos ter concedido o Pituaçu, é uma grande estrutura, mas tivemos problemas com ingressos, porque a torcida tricolor não cabe ali. Principalmente quando tivermos os grandes clássicos de novo, será necessário 50 mil, 60 mil pessoas num estádio. É um clamor constante do torcedor para termos a Fonte Nova, que deverá estar pronta em 2012. Ainda é cedo para dizer se vou me candidatar outra vez, meu objetivo é consolidar o projeto, mas, com o cenário atual, fico muito animado – revelou o cartola.

Um programa de relacionamento com os torcedores será revisto para o ano que vem e o clube aguarda um retorno financeiro que sustente algumas contratações, foco que já passa a ser o principal. Jogadores como o lateral-esquerdo Ávine, o meia Morais e o atacante Adriano se destacaram e estão em conversas para renovar, ainda que seja preciso dar-lhes um generoso aumento de salário.

– Agora, a folha é de R$ 1 milhão e pretendemos colocá-la em R$ 2 milhões. Creio que seja o mínimo para disputar o Campeonato Brasileiro (há clubes que estiveram na competição desse ano gastos em torno de R$ 800 mil, como Guarani, Ceará e Prudente). Haverá um novo contrato de TV, tudo vai se clarear ainda mais. Construímos um laço de amizade com equipes que nos ajudaram muito, como o Corinthians, no caso do empréstimo do Morais, e precisamos de criatividade para gerar receitas e montar um elenco de qualidade, que deve manter de 70% da base atual.

Marcelo Guimarães carrega o Filho no sobrenome porque seu pai, de mesmo nome, presidiu o Bahia entre 1999 e 2004 e viveu na pele a decepção que desencadeou a série de tragédias que foram os últimos anos tricolores. Ele elegeu os momentos de rebaixamento como os mais doloridos e destacou, sem titubear, quando teve certeza de que era o ano da redenção.

– Sempre tivemos essa convicção, pelo trabalho desenvolvido. Chegamos à competição desse ano com um único objetivo: subir. As coisas já estavam encaixadas. Mas ao termos de trocar de treinador, bateu aquela dúvida, pois sabíamos do currículo do Márcio (Araújo), mas não o conhecíamos como pessoa. Felizmente, ficou provado que a escolha foi correta e ele substituiu com muita competência o Renato Gaúcho. Ali, apesar de os jogos jamais terem sido fáceis, notei que nada mais pararia o Bahia e sua torcida.

Com mais um trio elétrico à espera, em Salvador, o clube entra em campo neste sábado, frente ao Santo André, ainda com a remota chance de fechar o ano com o título da Série B. Para isso, porém, o Coritiba precisa perder os dois jogos restantes, e o Tricolor vencer ambos. Matéria do globoesporte.com/André Casado

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Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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