E.C Vitória: A administração Alexi Portela Jr.

Caros rubro-negros,

O intuito desse texto é fazer uma breve avaliação da administração do principal nome do clube nos últimos cinco anos. Como sabem, Alexi Portela Jr. encontrou o Esporte Clube Vitória em uma situação bem difícil e até hoje conduz o processo de reestruturação do Rubro-Negro baiano. O que segue aqui se refere ao meu ponto de vista do que deve ser aplaudido e criticado, de forma construtiva, acerca do planejamento e metodologia aplicados pela nossa atual diretoria.

Alexi assumiu o Rubro-Negro baiano em um momento que poucos teriam coragem de fazê-lo. O Vitória era uma instituição sem credibilidade no mercado, arruinada, endividada e pela primeira vez em sua história experimentava os ares da série C, no que se refere ao futebol profissional. Sua divisão de base vivia um momento de incerteza e seus esportes amadores rezavam por não terem suas atividades encerradas. A partir de então, o Vitória teria de se apequenar, pois custos seriam reduzidos e muita coisa forçosamente mudaria em decorrência de todo o cenário mórbido no qual vivíamos. Havia pela frente o desafio de se buscar investidores, quitar débitos e atrair novamente o apoio do torcedor. E com o passar dos anos, todas essas metas estão sendo atingidas.

No âmbito estrutural/ financeiro tivemos avanços como a obtenção da regularização fiscal do clube e reconhecimento de dívidas trabalhistas que levaram o Vitória a sair do estado de “respirar com tubos na UTI” para o “vamos passar para a unidade semi-intensiva” (Aqui também incluo a revitalização do programa “Sou Mais Vitória”). Seria uma ingratidão qualquer torcedor deixar de reconhecer essas conquistas da nossa direção fora das quatro linhas. Sanar questões dessa natureza levaram o Vitória a realizar melhorias dentro da Toca do Leão e também investir tanto no futebol (como um todo) como também no esporte amador, no qual tivemos, por exemplo, a consolidação da hegemonia do remo nos níveis estadual e regional.

No futebol, após aquele desastre frente ao Colo-Colo, no Barradão, recuperamos a hegemonia estadual, voltamos à série A nacional, disputamos duas Copas Sul-Americanas, fomos à final da Copa do Brasil em 2010 (mesmo sem termos planejado para tal) e terminamos dois brasileirões com campanhas regulares. Fora que nas categorias de base, voltamos a nos destacar em torneios nacionais/internacionais e continuamos ano após ano medindo forças com o maior rival no campeonato baiano. E ainda por cima, após muito tempo, tivemos a volta do futebol feminino que por duas temporadas já se firmou entre os melhores do Estado. Portanto, várias foram as boas mudanças que a instituição se submeteu. Mas, e quanto ao que se precisa melhorar, evoluir?

Para mim, uma das principais características a se mudar na gestão Alexi Portela seria o pragmatismo. Às vezes, sua administração peca pela falta de ousadia. É tudo muito certinho, sem surpreender… Por exemplo, quando será que seremos mais ousados na política de contratações após três anos (2008, 2009 e 2010) de fracasso da cartilha do “bom e barato” já na primeira divisão? Esse é um problema que vem desde a disputa da série C (se bem que ali não tínhamos muito o que exigir) e se perpetuou em todas as divisões. É só observar e avaliar quantitativamente os elencos do Vitória desde 2006 (e quem realmente foi aproveitado ou não). Sei que existe a alegação de que temos situações no passivo do clube que até hoje impedem investimentos maiores em todos os setores, mas será que essa estratégia tem ajudado a onerar menos os cofres do Vitória? Acho pouco provável.

Outra coisa importante a se destacar é a demora para se resolver situações cruciais. Precisou passar um mês para se perceber que a questão “Cecílio X Elenco” era irreversível (e ainda por cima, a decisão adotada somente reforçou a autonomia do elenco de jogadores). Com isso, os resultados negativos foram se sucedendo e a preocupação de um retorno à segundona ainda permanece. É preciso uma resposta mais eficiente (nos quesitos, tempo e sensatez) afim de que o Rubro-Negro não sofra conseqüências negativas e irreversíveis.

Uma crítica construtiva também deve ser estendida à situação de alguns esportes amadores como o vôlei, por exemplo. Estive com a comissão técnica dos atuais campeões baianos e tive a surpresa em saber que em muito pouco o Vitória contribui para a formação e consolidação do planejamento do referido esporte. Na minha modesta opinião, não basta ostentar o escudo na camisa, colocar nota no site oficial e torcer pelos resultados. Tem que chegar junto e fornecer todos os recursos possíveis para que os títulos e investimentos venham. Acho que o vôlei, assim como os demais esportes nos quais o Rubro-Negro está inserido, deve ter, pelo menos, o mesmo apoio do remo, que é a maior prova de sucesso do Vitória além do futebol masculino. Vamos repensar esse tipo de situação.

A meu ver a administração de Alexi Portela representa até então uma era de muito mais acertos do que erros. Aliás, todos esses problemas relacionados têm solução. Mas, independente dos tropeços, todo rubro-negro baiano deve e muito seus agradecimentos a diretoria encabeçada pelo nosso atual mandatário. Receber o clube no porão das entidades esportivas brasileiras e colocá-lo de volta nos bons trilhos jamais deverá se esquecido. Hoje é muito mais fácil ser comandante do Vitória (o que deve ter de gente tentando sentar na cadeira da nossa presidência…). Queria ver alguém aceitar em 2006 e ainda ter que inicialmente colocar recursos do próprio bolso! Obrigado a todos aqueles que fazem parte do atual corpo docente do Esporte Clube Vitória e em especial ao nosso grande Alexi Portela Jr.!

Saudações Rubro-Negras!

Renato dos Anjos Ribeiro

Rubro-negro e fisioterapeuta.

E-mail: tinhojhow@yahoo.com.br

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