Bahia: você não vale nada mas eu gosto de você

O exercício de ser Bahia se tornou uma superação de gozações, piadinhas de mau gosto e até troca de agressões em escola quando seu filho sofre por ser torcedor de clubes que perderam sua identidade com a vitória. Recentemente, um colega baiano me contou de um caso de “bullying”; denominação corrente em todo o mundo para crianças perseguidas e agredidas por serem gordas, feias e etc. Nesse caso do meu colega, ele foi até a escola e pediu a diretoria da escola uma resposta à agressão sofrida por seu filho só por ser tricolor.

Casos como esses também são comuns e tem repercutido dentro de bairros, condomínios e etc. Hoje, o Bahia ostenta uma marca perigosa. Quanto a você, desavisado tricolor, for alvo de uma piadinha, como: algum “pedido” de emprego para um familiar pobre – só as brincadeiras mais leves vou contar – como se o Bahia fosse cabide de emprego, imagine?! Quando alguém quiser saber o resultado do último jogo do Bahia… Isso também pode ser interpretado como uma ofensa! Toda essa desventura no campo esportivo, tricolor amigo, pode estar evoluindo e repercutindo na vida profissional de cidadãos também como assédio moral.

Uma das dicas para fugir dessas intermináveis brincadeiras, já que há dez anos o Bahia não ganha nada, é deixar em “stand by” nossa paixão pelo tricolor. Como assim? Faça uma reforma na sua mesa, retire qualquer foto no trabalho que faça menção ao tricolor e evite tocar no assunto futebol com “amigos”. Uma dica infalível é falar mais de nossas conquistas amorosas, mas se tiver uma namorada esteja certo que você será alvo de gozação, o segredo então é dissimular. Convença o agressor que sua namorada o aceita com todos os defeitos, como a música que virou moda: “você não vale nada, mas eu gosto de você”.

E assim, meu Rei, até o Bahia um dia resolver se profissionalizar e os políticos virarem santos poderemos voltar com todo o orgulho do mundo a torcer para o esquadrão. Isto porque o tricolor é um conflito existêncial permanente e sem cura. Um caso de tortura emocional por algo que passou e deixou uma saudade retada. O que fazer para curar saudade? É ter mais saudade. Fazer o quê?

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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