Quando a luta vale uma vitória.

neto_baianoÉ claro que todos os torcedores rubro-negros queriam a vitória heroica contra o Vasco. Eu e todos os que foram ao Barradão na quarta-feira estávamos confiantes. Antes do jogo, eu prenunciava que veria “o impossível acontecer” e que aqueles não fossem ao estádio perderiam o brilhantismo da partida e se arrependeriam amargamente pelo resto de suas vidas.

Como sabemos, o “impossível”, embora fosse possível, não aconteceu. Mas, saí do Barradão com a certeza de que tudo o que eu pensei estava correto. Quem não foi pode guardar seu arrependimento para si e ter a certeza de que perdeu de assistir a um Vitória com muita garra, com muita determinação, com muita vontade. Enfim, foi um brilhantismo que todos gostariam que se repetisse sempre. Futebol se faz com vitórias e derrotas. Espero que sempre que o Vitória perder – que seja o menos possível – o faça desta forma: honrada e dignamente.

Além disso, é preciso enaltecer a atuação de três atletas. E não são quaisquer atletas. São três jogadores originados da base do Vitória e que demonstraram mais uma vez o potencial que têm. São eles: Victor Ramos, Wallace e Uelliton. Destaques da partida, atuaram como experientes profissionais. Botaram ordem na casa. E, no afã de buscar o sonhado resultado, investiram em chegadas ao ataque. O torcedor rubro-negro pode se orgulhar de que a divisão de base continua gerando bons frutos, que também mostraram honrar a camisa que vestem.

Sobre Neto Baiano, ficou claro que faltou equilíbrio emocional, tão necessário aos jogadores profissionais. Imagino como deve ser difícil entrar em campo precisando marcar quatro gols. Só não imagino o que se passa na cabeça de um jogador quando, depois de marcar um, precise de mais cinco. Neto, como sempre, foi guerreiro, lutou até o último momento em campo, mas foi infantil, diria até irresponsável na sua expulsão. Quem expulsou Neto foi o 4 a 0 no Rio e é por isso que penso que se o equilíbrio é necessário, a falta dele em um duelo como esse mostra como um jogador pode se igualar ao torcedor, que acredita no sucesso e é mais coração do que qualquer parte do corpo. Sem dúvidas, ele mostrou que tem brios e a torcida reconheceu gritando seu nome ao sair de campo.

Falar de Vanderson é chover no molhado. E poderia falar individualmente dos outros que se doaram em campo. Mas, prefiro deixar o agradecimento ao grupo. Agradeço por ter mostrado ao torcedor que o Vitória é time de homens, que não se abate diante das dificuldades. Porque se fosse assim, não empataria aquele BAVI e não seria tricampeão baiano. Agradeço ao time do Vitória por mostrar o quão valoroso é a luta, que vale às vezes como uma vitória, e que ela não vai deixar de acontecer. Não podemos nem dizer que é “hora de levantar a cabeça”. Ela não está abaixada. E é com ela que o Vitória enfrentará bravamente os próximos desafios.

Artigo escrito originalmente por Tiago Ferreira Bittencourt do Site Canal Vitória

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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