O gênio de um Osório Vilas Boas faz inveja

O chororô do Presidente do Vitória pela decisão do TJD de inocentar Marcelo chamou a atenção pela “inocente” transmissão de preconceitos contra um ex-policial que conseguiu botar o futebol baiano além das nossas fronteiras e ser reverenciado por todo o país. Talvez, esse seja o principal crime de Osório. Para difamar a memória de Osório sempre costumam lembrar o famoso livro do gênio de um ex-policial, Osório Villas Boas, que escreveu supostamente nesse livro uma confissão ficta em que tinha subornado e praticado vários delitos contra o futebol bahiano. É de se esperar que Osório não ganhasse muitas simpatias pelo lado dos rubro-negros, mas atribuir a Osório fatos respaldados em uma confissão ficta é o mesmo que o Presidente rubro-negro vestir-se de mulher e dizer que foi Osório que o vestiu para difamá-lo.

Admirar a inteligência do gênio de Osório Villas Boas pelos títulos que conquistou para toda a Bahia, principalmente o primeiro título da Taça Brasil, em 1959 é fácil. Títulos que Osório ganhou e que ganharam projeção em todo país. Enfim, a Bahia era adicionada ao mundo do futebol brasileiro. No entanto, os torcedores do Vitória insistem com acusações baseadas em confissões fictas. Explico melhor. Uma confissão para ser efetiva deve estar relacionado a um certa formalidade como o desejo de alguém vir a um tribunal e perante a uma autoridade se pronunciar confessando sua culpa.

Ora, atribuem a Osório uma confissão ficta, uma confissão que estaria supostamente no livro que escreveu, que é tratado por muitos também como pura mitologia do futebol bahiano, uma vez que são carregados de elementos folclóricos o livro de Osório, contando episódios que marcaram o imaginário do povo de sua época. Teve um “causo” atribuído a Osório de um presidente do Vitória ter mandado desenhar e fixar na parede do vestiário do Vitóira os jogadores rubro-negros vestidos de mulher, depois atribuiu tal feito a Osório para instigar o brio dos rubro-negros. Esses “causos” e muitos outros estão lá no livro em que muitos, sem ter lido o livro, acusam o velho Osório de praticas em que o ilustre ex-presidente do Bahia como tivesse feito numa confissão “efetiva”.

Talvez, uma das passagens mais curiosas do livro de Osório diga respeito a um episódio em que ele fora aos jogadores do Sport oferecer-lhes bebida e comida de graça a título de um presente (presente de grego) homenageando o resultado em Recife da primeira partida por 6 x 0. O resultado foi que os jogadores do Sport depois da farra entravam em campo cambaleando, por sua vez Osório mandou deixar no placar o resultado do jogo em Recife para mexer com os brios dos seus jogadores, a partir daquele momento o Bahia partia com 2 x 0 sobre o Sport e seguia rumo para se tornar o primeiro campeão da Taça Brasil de 1959.

Essa era uma época romântica do futebol brasileiro, a era de Osório. O futebol era mais apaixonante. Nossos dirigentes eram ingênuos comparados a outros que hoje militam abertamente fazendo lobie de uma Copa do Mundo no Brasil, para isso apoiando um Presidente da CBF, que já foi chamada de casa bandida do futebol. Pessoas que barraram a CBF-NIKE para protejer uma instituição envolvida em acusações graves que jamais poderia ter uma carta em branco para patrocinar a Copa do Mundo. Não que eu não me sinta orgulhoso pelo meu país, mas não confio nas pessoas que estão por trás desse lobie, haja vista as inconclusas prestação de contas do PAN.

PS.: Na foto está a Taça Brasil de 1959 conquistada pelo Bahia, Osório Villas Boas e ACM.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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