Um clássico que vale a liderança do campeonato

Adversários históricos, Vitória e Bahia resolveram refletir no primeiro clássico da temporada. Em campo, parecem feitos um à imagem e semelhança do outro. A sincronia no pensamento dos amigos de infância Alexandre Gallo e Vágner Mancini tem tudo para apimentar o Ba-Vi das 17h, no Barradão.

Os sistemas não são idênticos, mas a semelhança é suficiente para saltar aos olhos do torcedor mais experimentado. “Se você for ver, os times são mais ou menos espelhados”, admite o treinador rubro- negro. O Vitória terá Jackson e André Luís com funções bem definidas pela direita e esquerda, Bida como organizador, Washington ou Neto Baiano como referência.

No espelho, o Bahia – com Ananias e Beto no escape pelos lados do campo, Helton Luiz na armação e Reinaldo Alagoano vestindo a camisa 9. Bida e Elton são o toque de categoria na saída de bola. Vanderson e Leandro dão a proteção fundamental para os times se arriscarem ao ataque. Até o ex-presidente do Vitória refletiu no lado tricolor – e não é ilusão de ótica.

Choque

O detalhe decisivo do clássico pode estar nas jogadas pelas beiradas do campo. Mais reflexo: Apodi e Jackson são protegidos por Vanderson, numa triangulação rubro-negra capaz de impor respeito pela direita.O Bahia é mais Baêa quando Rubens Cardoso, Elton e Beto tabelam na ponta esquerda.

Lados opostos que espelhados se encontram. O choque dos trios é inevitável, por mais que o comandante tricolor se esquive da pergunta. “Não dá para se fixar no Apodi ou no lado direito.Temos que pensar no Vitória como um todo”. Promessa de ritmo alucinante pelas laterais.

E de um Ba-Vi capenga por um lado do campo. “Eu acho que sim, mas a gente não pode pensar que é só isso”, avalia Mancini. Gallo concorda. “O clássico leva em conta concentração, estratégia, o trabalho físico, tático, técnico. A soma de tudo isso pode ser determinante”.

Cópia fiel, primeiro clássico do ano… cheiro de empate. Mas um Ba-Vi não pode ser analisado tão matematicamente quanto os esquemas táticos fazem parecer. Vítima do espelho, ele promete fortes emoções. E quando Beto cair nas costas de Apodi? Resposta na ponta da língua. “Aí eu tenho André Luís nas costas deles também”. E quando Apodi cair nas costas de Rubens Cardoso? “Teremos uma marcação especial no time deles”. Cada treinador busca maneiras de anular o ponto forte adversário. Mancini deve manter Wallace ao lado de Vanderson, por conta de Apodi. Gallo pode ter Marcone como lateral-direito que faz as vezes de zagueiro, para liberar Rubens Cardoso. Público pagante já passa de 22 mil

O Barradão cheio está garantido. Até a meia-noite de ontem, mais de 22 mil ingressos tinha sidos vendidos. Como o clube tem que reservar pouco mais de seis mil ingressos para os sócios do Sou Mais Vitória, há pouco ingresso sobrando. A venda continua hoje, 9h, no estádio. Preço é de R$ 20.00. Meia, só a partir das 14 horas. Quem tem filho pequeno pode economizar os R$ 10.00 da meia-entrada. Criança até 12 anos entra de graça no Barradão. Aos pais, é importante levar documentos de identificação do filho. Em relação ao acesso ao estádio, o retorno da Paralela ficou um quilômetro mais longe. Agora, em vez da Jorge Amado, é em frente à FTC

Bahia, perfil de Azzura

A Itália foi referencia em 2006. Ganhou a Copa sem um artilheiro destacado. Gols distribuídos, assim como o Bahia. O tricolor marcou 15 vezes em cinco rodadas – média de três por jogo. Dez atletas deixaram o seu. Alisson (2) Patrício (2) Nen (2) Ananias (2) Helton Luis (2) Rubens Cardoso, Léo Medeiros, Beto, Reinaldo e Elton.

“Cuidado com os invejosos”

Paulo Carneiro preferiu recorreu ao passado para emendar uma explicação sobre as diferenças com os atuais dirigentes do Vitória. “Antes de meu pai morrer, ele me avisou para eu ter cuidado com os vaidosos invejosos dirigentes do Vitória. É tudo uma injustiça tão grande. Eu construir um estádio todo”, disse o rubro-negro magoado. Quando a conversa chega no assunto sobre sua saída do conselho do clube, Paulo brada. “Ninguém vai me tirar do conselho não. Sou conselheiro nato. Estou afastado porque estou trabalhando num clube da mesma cidade e tenho vergonha na cara”, argumentou, revelando que, se possível, ele vai acionar a Justiça para manter-se conselheiro do clube ao qual estará sempre ligado. Um grupo liderado por seu desafeto Eduardo Moraes quer que ele se banido do Vitória

Maldição de Paulão

Pode ser mera coincidência, mas o torcedor do Vitória tem que se render à estatística: o time não consegue se impor sobre o Bahia no Barradão como na era de Carneiro. O rubro-negro até que venceu uma depois da saída de P, mas foi a última. No dia 22 de janeiro de 2006, Galego fez, mas Leandro Domingues e Márcio Carioca viraram. Com informações do Correio

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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