Noitada longe do campo prejudica o rubro-negro

A cada rodada, o Vitória tem uma desculpa para os tropeços, principalmente fora de casa. Basta terminar na desvantagem para o técnico rubro-negro Vágner Mancini bradar contra a arbitragem. O comandante tem até razão em alguns aspectos. Realmente, os árbitros têm errado contra o Leão. Porém, será que o motivo principal é mesmo o homem de apito?

Talvez ninguém tenha percebido isso, mas o rendimento dos jogadores do Leão está descendo a ladeira. Contra o Botafogo, por exemplo, foi clara a falta de condicionamento físico de alguns atletas. No segundo tempo, passar do meio-campo já era um verdadeiro triunfo para a maioria do elenco.

O problema não está no preparador físico André Zaros, que se esforça para deixar os atletas em condições plenas. O detalhe é o que alguns jogadores estão fazendo longe do expediente. Fora de campo, ninguém deve satisfação de sua vida particular. Mas quando isso afeta o trabalho, a situação muda. Nas noitadas baianas não é difícil ver jogadores rubro-negros curtindo uma farra, na maioria das vezes regada a álcool.

Em Lauro de Freitas, nos bares Armazém e Eu Vi, o zagueiro Leonardo Silva, o meia Ricardinho, além do lateral-direito Marco Aurélio foram vistos bebendo cerveja e perdendo noite. Detalhe: Leonardo e Ricardinho estavam no bar na quinta-feira que antecedeu ao jogo contra o Goiás, onde o Leão perdeu por 3 a 0. Todos estavam bebendo, mas viajaram.

Está comprovado que ingerir bebidas alcoólicas diminui o rendimento do atleta. Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva, o álcool prejudica a transferência de energia (glicose e aminoácidos) para os músculos, interferindo inclusive no rendimento do próprio esqueleto humano. “Pesquisas têm demonstrado que uma pequena e moderada quantidade de álcool irá comprometer o tempo de reação, a coordenação olho-mão, precisão, equilíbrio e coordenação complexa ou habilidade motora ampla”.

Traduzindo para linguagem popular, a habilidade e o condicionamento físico são comprometidos no decorrer dos jogos.

“Não é só o álcool que prejudica. Para quem trabalha com o corpo, como os jogadores, perder noite significa energia não acumulada para o trabalho intenso. Isso facilita, inclusive, as contusões”, diz Tarcísio de Faria Battoci, pós-graduado em Educação física.

Mas parece que a diretoria e comissão técnica não estão ligando para isso. Após o vexame no Engenhão, os jogadores foram liberados e só retornam ao trabalho próxima segunda, 13. Alguns nem retornaram à Bahia. Leonardo Silva, Marcelo Cordeiro, Ramon e o goleiro Viáfara vão curtir o Rio, enquanto Marco Antônio, Marco Aurélio, Thiago Gomes e Renan foram para São Paulo.

Três dias de descanso merecido? Para se ter uma idéia, o Botafogo, que venceu de virada o Vitória, treinou intensamente na sexta-feira, 10, e ainda trabalha neste sábado, 11. Apenas no domingo, os jogadores terão folga. É a diferença de um time coadjuvante e outro que busca sempre os melhores resultados. Com informações do Jornal A Tarde

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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