Ruy na Europa, Sampaio na Argentina e o Bahia no tribunal

O diretor de futebol do Bahia, Ruy Accioly, está se licenciando do cargo por dez dias para curtir com a família uma viagem à Europa. Nesse período, ele vai pagar promessa pela graça alcançada pelo tricolor: o acesso ao Campeonato Brasileiro da Série B. Inicialmente, Accioly cumprirá a dívida em Portugal, no Santuário de Fátima, e depois na Espanha, na Igreja de Santo Antonio. Mesmo de longe, o dirigente quer ficar atualizado e estará fazendo contatos diários com o presidente Petrônio Barradas. Amanhã ou depois, uma ou duas contratações que foram iniciadas e estão bem encaminhadas serão anunciadas para as finais do Campeonato Baiano e para o Brasileiro da segundona.

Rui Accioly, tem recebido muitos elogios porque conseguiu tirar o Bahia da Campeonato Brasileiro da Série C e formou um bom time, líder do Campeonato Baiano, além de ter sido o responsável pela contratação do técnico Paulo Comelli, que realiza bom trabalho no comando da equipe. Além disso, Rui também é um bom vendedor. Foi ele quem conseguiu o patrocínio da Vedacit, que vai render aos cofres do clube R$30 mil por mês.

Jorginho na Argentina

O PRESIDENTE do Vitória, Jorginho Sampaio, vai cumprir esta semana mais uma missão na Argentina. Quinta-feira, em companhia do diretor jurídico, Antonio Carlos “Cacau” Rodrigues, o dirigente tem um encontro em Buenos Aires agendado para as 16h com os representantes argentinos do Exxel Group para tentar novo acordo para liquidar a recompra das ações. Quando o Vitória caiu para a terceira divisão do futebol brasileiro, não teve mais dinheiro e, no acordo proposto, os argentinos concordaram em receber com o rubro-negro de volta à primeira divisão. O que acontece, no entanto, é que a diretoria está com muitos compromissos financeiros e não tem como cumprir a promessa feita nos próximos meses. O Vitória deve ao banco US$3,5 milhões (cerca de R$6,1 milhões) e a missão de Jorginho e de Cacau é tentar prorrogar a dívida. Se não conseguirem, o Leão passará por mais apertos ainda nas suas combalidas finanças.
Bahia nas mãos do STJD

Na próxima quinta-feira, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julga o recurso do Bahia quanto à perda de sete mandos de campo e multa de R$80 mil pela invasão do gramado da Fonte Nova – na partida que culminou com a morte de sete pessoas. Como o Correio da Bahia antecipou, a advogada Vera Otero estará à frente do caso, em substituição a Marcos Donicci.

O RESULTADO do julgamento pode influenciar diretamente os rumos do clube neste princípio de Campeonato Brasileiro. E leia-se “rumos” literalmente. A diretoria aposta firme na redução da pena para apenas três jogos com portões fechados, que seriam cumpridos em Camaçari, justo antes do término das obras em Pituaçu. Aí, é só estrear no remodelado estádio metropolitano e contar com o apoio de 32 mil tricolores nas arquibancadas.

Queda livre

Alex Santos lateral-direito do Vitória, é o único que pode sagrar-se pentacampeão baiano do atual elenco rubro-negro, ou seja, a conquistar o título estadual cinco vezes consecutivas (em 2006, recebeu o troféu pelo Colo-Colo, quando foi emprestado). Por isso, Alex macaco, como é até hoje tratado pelos seus companheiros e amigos mais próximos, está pisando na bola, não só por não estar levando a profissão a sério, como também por cometer indisciplinas técnicas nos jogos.

Explicando melhor: Alex Santos nem sempre obedece as orientações do treinador e, às vezes, complica uma jogada fácil, tornando-a difícil. No departamento médico, o comentário é que o jogador de vez em quando se queixa de contusão, principalmente quando os jogos do rubro-negro são no interior. Ele não atua hoje e, caso Jackson não se adapte bem à função de ala pela direita, o júnior Leumir, autor de três gols no Campeonato Baiano da categoria, pode ganhar a vaga de titular.

Promessa é dívida

Outra semana se vai sem que o Bahia anuncie sequer uma contratação. E olhe que, dessa vez, a promessa havia partido do técnico Paulo Comelli. “Teremos um ou dois reforços essa semana (passada)”. Vamos esperar. As posições, todo mundo está careca de saber: dois meias e um camisa 9, só para o Campeonato Baiano. O Brasileiro da Série B é outra história, com nomes e números bem diferentes.

O treinador admitiu que os melhores reforços só devem chegar ao final dos campeonatos estaduais e não descartou apostar em atletas para contrato curto para o Baianão, com possibilidade de renovação. Vínculo até o final do ano, só com jogadores de reconhecida qualidade. Mas é bom se apressar, porque as inscrições no Campeonato Baiano se encerram no dia 3 de abril. O primeiro reforço pode ser o meia Marcelinho, com passagem pelo futebol baiano e atualmente na reserva do Botafogo-RJ. Talismã do Vasco na temporada 2007, o cabeludo se transferiu para o rival este ano. Emperraria a pedida salarial, entre R$20 mil e R$25 mil.

Carneirão é uma vergonha

A RECUPERAÇÃO do Antônio Carneiro, o Carneirão, em Alagoinhas, ainda não foi integralmente concluída, mas o estádio foi liberado para sediar jogos do Atlético no Campeonato Baiano. O gramado é o que de melhor existe. As áreas internas, especialmente vestiários, sofreram reparos e os problemas não foram sanados. Por ocasião do jogo Atlético x Vitória, dia 16, os repórteres precisaram fazer malabarismo para chegar ao vestiário do rubro-negro, devido à quantidade de água empoçada no corredor depois das chuvas. Baratas e caramujos desfilavam pelas paredes. E dentro do vestiário do Vitória um imenso piolho-de-cobra (também conhecido como gouro ou mil pés, por ter um montão de perninhas) foi exterminado antes de entrar na sacola que se encontrava em cima de uma cadeira.Coluna Dividida/Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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