Rogério quer parar Índio

Quem o viu no Ipitanga em 2006 garante que é volante, desses de pegada implacável e saída de bola consistente. O desempenho na função assegurou a transferência para o futebol alemão, dois anos vinculado ao Greuther Fürth, da segunda divisão da Bundesliga. Mas as coisas não saíram bem como o esperado e problemas no contrato melaram o negócio.

Alguns meses parado e o Bahia desde o início de 2007. Mas, apesar do período no clube, o torcedor ainda não pôde atestar suas virtudes no meio-campo. Rogério é o caso típico do atleta que mudou de posição e ainda sustenta a antiga função no currículo. Está invariavelmente relacionado no site oficial do clube como volante, mas os números comprovam a condição de zagueiro. Foram 47 partidas em quatro competições com a camisa tricolor, intercaladas por períodos de afastamento por diversas contusões. Acredite: Rogério nunca atuou como volante, sua posição de origem. Foi beque central, líbero e, na ausência de Eduardo, assumiu a quarta zaga. Hoje, está convencido da sua nova função. “Agora sou zagueiro. Teria até dificuldade de me readaptar ao meio-campo”, acredita. Não que jogar mais recuado tenha atrapalhado sua passagem pelo clube. Rogério foi incluído na seleção do Campeonato Baiano 2007 e teve papel importante no octogonal decisivo da Série C do Campeonato Brasileiro, no trio composto com Alison e E-duardo. Esteve presente nas seis partidas do Bahia na Copa do Brasil do ano passado. Na temporada 2008, só ele e Darci disputaram todas as 13 partidas do tricolor no estadual. É titular absoluto do técnico Paulo Comelli. As palavras do treinador dizem tudo. “Cheguei à conclusão de que, como volante, Rogério é um grande zagueiro”, diverte-se. Créu não – Jogador rápido, forte, capaz de marcar Índio, companheiro dos tempos de Ipitanga. Flechada logo mais? “Flechada não. Disse que agora é o créu. Mas vamos marcar ele para que não aconteça”, assegura. Comelli não promete um homem encostado no cacique logo mais, mas não vai dar liberdade ao principal jogador do adversário. “Não vou armar marcação especial nele. Temos que apertar o time todo. Mas ele não vai ter liberdade para chutar, não”.

O treinador segue em dúvida, mas espera contar com Rogério, ainda entregue ao departamento médico. O zagueiro é um dos pontos de equilíbrio da equipe, maior veterano em Ba-Vis pelos lados do Bahia. Mas o retrospecto não lhe é favorável. Duas derrotas, um empate e apenas uma vitória – reflexo da vantagem do rival nos últimos confrontos. Oportunidade de equilibrar as contas. “Estou disposto a isso. Temos que vencer”, prega o zagueiro. A torcida tricolor vai cobrar

Eduardo Rocha

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário