Rui Carvalho: Prepotência tricolor

Quando finalmente o juiz mineiro, um gordinho baixinho que vestido de amarelo apitava a longa distância, invertendo tudo e contrariando a todos, apitou o final da partida, foi um alívio para todo mundo e até também para os jogadores do CRAC, que perdiam o jogo, pois extasiados tinham dado de tudo no primeiro tempo, corriam como uns desvalidos, mas mira no gol que é bom não tinham não, por isso, embora muitos achassem que eles foram superior no primeiro tempo, tudo não passou de uma falsa ilusão, o Bahia, muito embora não estivesse muito inspirado, mas tinha o controle do jogo e concluiu o primeiro tempo com a vantagem no placar.

Surpreendentemente Artuzinho, voltou para o segundo tempo com uma modificação, a princípio mais cautelosa, substituiu o jovem Elias, que não suportou a pressão da imensa torcida tricolor e entrou no seu lugar Rogério, um misto de zagueiro e volante, que dessa vez fez o papel de líbero e muito bem, já que a partir daí o CRAC não mais ameaçou o tricolor. Com essa modificação cautelosa, veio o inverso do que se visualizou de imediato com a substituição de um jogador de meia por um defensivo e o Bahia passou a atacar mais do que ser atacado como fora a 1ª etapa.

O calcanhar de Aquiles de um time como o E.C.Bahia, quando numa Série C, consiste justamente na dificuldade em se contratar jogador para este tipo de competição e simultaneamente preparado para enfrentar as cobranças que normalmente se lhes atribuem. Vejam o paradoxo: Se de um lado, um jogador como Preto, apto para uma competição de maior categoria é contratado, tem dificuldades de se adaptar por conta do nivelamento e correria imposta pelos adversários, o corpo a corpo excessivo, aliados às más qualidades estruturais que vão desde a arbitragem desqualificada, gramados ruim, e até inexistência exames “antidoping” por outro lado jogadores emergentes são trazidos e mais das vezes, não está preparado para enfrentar a preparação e cobrança de um Clube como o tricolor.

Quase sempre quando enfrenta equipes de menor porte, alguns jogadores são observados e é comum das arquibancadas se ouvirem: Porque o Bahia não contrata um lateral desse ou um centroavante daquele. Invariavelmente até ocorre e se contratam jogadores dessa linhagem, a exemplo, More que em 2006 esteve por aqui e estraçalhou jogando pelo Íbis, outro foi o Harley, jogando pelo Confiança, outro foi Inho jogando pelo Poções, Edney do Colo-Colo e por aí vai. Ocorre que quando eles vão jogar pelo Bahia, parece que a bola murcha.

Daqui a mais uns dias, vai o tricolor enfrentar o Atlético/GO, certamente o goleiro Marcio vai pegar tudo, operar verdadeiros milagres pra não levar gols por aqui, no entanto com a camisa do tricolor entregou a rapadura feio, em algumas ocasiões, pior foi nos piores momentos, quando não podia mesmo. Assim vai ser Ari, o garoto da Ilha de Itaparica, que foi revelado no Fazendão, com certeza será o melhor jogador em campo.

Até voltar a Série A, vai ser sempre assim, a maior dificuldade é encontrar técnico e jogadores com personalidades para assumir esta parada, enquanto que a prepotência adquirida pela conquista de uma Taça Brasil, Um campeonato Brasileiro, dois Regionais e quarenta e tantos Baianos, continua sendo o fator negativo que vem dificultando toda a jornada pretendida. Essa prepotência, só serve mesmo para cobrar o que os atuais da equipe não podem dar.

Rui Carvalho
ruicarvalho@atarde.com.br

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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