Elias ganha moral com Arturzinho

As viagens a Goiás e ao Rio Grande do Norte renderam ao Bahia pouco mais que três pontos e um lugar provisório no grupo dos quatro clubes que retornam à Série B do Campeonato Brasileiro em 2008. Ao que tudo indica, o técnico Arturzinho encontrou o nome ideal para a função de articulador do meio-de-campo tricolor. Elias assumiu a responsabilidade contra o Crac-GO, na Fonte Nova, mas foi longe de Salvador que garantiu seu espaço no time.

“Ele deu mais dinâmica ao meio-de-campo. O Elias já tinha jogado bem contra o Vila Nova-GO e, ontem (domingo), contra o ABC-RN, foi o melhor em campo”, avaliou o treinador. O meia leva vantagem sobre os demais concorrentes por aliar velocidade à qualidade no passe. De quebra, o Bahia ganha um batedor de faltas. Mas a lista de virtudes demorou a ser reconhecida. Elias é o caso típico do atleta ao qual não se atribui um valor imediato. É notoriamente inconstante. Aos 24 anos, passou por períodos de ostracismo no clube desde que foi lançado pelo técnico Lula Pereira, na temporada 2003. Exatamente como agora, só alcançou a condição de titular na reta final da Série C 2006, quando se questionou o desempenho dos contratados para comandar o meio-campo tricolor. As atuações até renderam um empréstimo ao Vasco da Gama, mas o eterno status de “encostado” se perpetuou no Rio de Janeiro no primeiro semestre. Elias freqüentou pouco a lista de relacionados e atuou apenas alguns minutos de uma partida por lá. Retornou ao final do seu contrato, em abril, sob o olhar desconfiado de imprensa, torcida e diretoria. Passou três meses até conseguir oportunidades em seqüência contra Confiança-SE, Atlético-PB, Linhares-ES e Nacional-PB, sempre como substituto de Danilo Rios. Foi titular em outras duas partidas, antes de assumir definitivamente o papel, na estréia do octogonal. Nem o tom ácido das críticas à exibição diante da torcida o derrubaram. “Naquela ocasião, eu sacrifiquei o Elias em função do esquema”, defendeu Arturzinho – que parece mesmo ter encontrado seu novo camisa 10. Time – O treinador elogiou a postura da equipe nos quatro dias longe de Salvador. “O time mostrou personalidade. Jogou bem em Goiás e até merecia um resultado diferente contra o ABC-RN, mas o árbitro interferiu. As coisas já são complicadas no Frasqueirão com 11 jogadores e, com um a menos, ficou muito pior”, analisou. Expulso ainda no primeiro tempo, Eduardo é uma das baixas na defesa. Rogério seguiu a linha nos 45 minutos finais e o esquema com três zagueiros entra em xeque. “Vou analisar nossas possibilidades. É uma questão de encaixar o time. Também não sei se vou poder contar com o Alison”. Entregue ao departamento médico, o zagueiro potiguar ainda não treinou e é dúvida para a partida contra o Barras-PI, às 20h30 de amanhã, na Fonte Nova. Em caso de veto, restariam Emerson, Cléber Carioca e o eterno curinga Marcone – utilizado como ala direito contra Vila Nova e ABC. Suspensos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Fausto e Nonato completam a extensa lista de desfalques.

A escassez de opções já começou a perturbar o sono de Arturzinho. “Comecei a rascunhar os prováveis relacionados e só consegui 17 nomes”, reclamou. As queixas só cessam quando analisados os benefícios dos últimos resultados. É que na matemática simples do futebol, mais vale uma vitória do que a manutenção da invencibilidade no octogonal com dois empates. “Se analisarmos, jogamos com dois sérios candidatos à classificação (Vila Nova e ABC) e ambos perderam pontos dentro de casa”, encerrou.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário